quarta-feira, 9 de maio de 2012

COZINHA & FOTOGRAFIA II - " Receita de um Fotógrafo"



Dando continuidade a entrevista com o Fotógrafo Alexander Landau, trazemos a última parte desta conversa sobre a importância da fotografia de qualidade, como instrumento de marketing.

 -  Você Chef    -  Do fast food  ao  “Buteco”,  passando pelos restaurantes finíssimos e indo à cozinha industrial, de hotelaria e também a hospitalar;  que clientes podem se beneficiar da fotografia como ferramenta de marketing? 
                                                 
-  Alexander Landau - Se pensarmos naquela premissa que "uma imagem vale mais que mil palavras", uma boa imagem ajuda a vender qualquer segmento. O dono de restaurante e fast food ainda enxerga a Fotografia de Alimentos como custo e não como investimento - que poderia aumentar suas vendas. Vejam como chamam a atenção as fotografias dos pratos do restaurantes ou mesmo dos hamburgeures de fast-foods nas paredes, nos cardápios e atraem muitas vezes o cliente apenas pela imagem, pela vontade que o cliente fica de “degustar” aquele prato que visualmente está tão bonito na foto.

 -  Você Chef    -  Quase todo empresário brasileiro quando quer algum serviço ou produto primeiro pergunta “Quanto custa”, para depois perguntar  pelos benefícios (raros deles).   Neste segmento específico, ocorre o mesmo por  parte de seus clientes?
    


  Alexander Landau    -  A Fotografia quando virou digital, trouxe benefícios e malefícios. O maior malefício foi ter popularizado muito - até o "Macaco Tião" virou Fotógrafo. A maior parte do brasileiro não tem cultura visual para separar  o joio do trigo. A diferença entre uma imagem mais original e outra mais básica é muito sutil. O consumidor de imagens ficou mais imediatista e relutante em gastar. Ninguém contrata um advogado ruim ou mediano sob pena de ter prejuízos no bolso ou na sua liberdade - há ainda a obrigatoriedade do diploma superior. Com Fotografia, escuto muito o discurso que gostaram do meu portfólio  mas escolheram o sobrinho do papagaio do vizinho que tem uma boa câmera... Como se fosse apenas a câmera que fizesse o fotógrafo mas não o talento e a experiência profissional que amealhamos ao longo da carreira e que fazem toda a diferença no trabalho que realizamos.



Você Chef    -  Hoje a fotografia realizada por um profissional com sua experiência e qualidade de trabalho é acessível a pequenos empresários?  Ou seja, você desenvolve projetos de trabalho para empresas pequenas  mas que objetivam qualidade e resultados?
                                                   
  
            
-  Alexander Landau    -  Eu preciso ganhar "x" reais por mês para bancar os custos do meu mês - estúdio, moradia, escola de filho, etc.  Por  morar no Rio de Janeiro, uma cidade que não tem muitas  indústrias alimentícias e nem é sede de revistas especializadas de renome, boa parte do meu mês é dedicada a produzir imagens para assessoria de imprensa , menuboard e cardápio de fast foods . São verbas menores que a propaganda. Trabalho desenvolvendo projetos para grandes redes de Fast food   mas também  para donos de pequenos restaurantes. Todos têm a ganhar com um trabalho de fotografia bem feito com  seu produto.






Agradecemos ao nosso amigo Alexander Landau, pela total disponibilidade quanto a colaborar com o Blog, trazendo algumas opiniões sobre o tema da fotografia profissional em nosso setor.
Até a próxima amigos leitores e deixamos a seguir dados deste excelente profissional, para os que desejarem contata-lo.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

COZINHA e FOTOGRAFIA - “Receita de um Fotógrafo"

Olá amigos leitores, bom dia!

A primeira postagem deste ano traz para todos o presente de uma área em que ainda o BLOG não havia tocado. Fotografia na Gastronomia. Para abrir este segmento, convidei um profissional que tem currículo, qualidade e claro, trabalhos maravilhosos. Para começar o ano  de forma doce, dialogamos com 


Você Chef –  No mundo da gastronomia  para quase tudo há uma receita.   E na fotografia?   Qual a receita para “Ser fotógrafo” ?

Alexander Landau  -   Na minha casa, minha  mãe sempre teve uma relação forte com fotografia amadora - levava uma  Trip 35 pra  tudo quanto era viagem  e eu viajava muito,  pois a família da minha mãe é do triângulo mineiro.  Mais tarde, ganhei  uma maquininha de plástico ainda muito garoto. Quando entrei na faculdade de jornalismo foi que  fiquei fascinado pelo estúdio, o laboratório, os livros do Bresson, do Cristiano Mascaro, etc.




Sou filho de um pai "velho" judeu que chegou ao Brasil fugindo dos horrores da segunda grande guerra. Quando  nasci  meu pai tinha 56 anos. Minha mãe era de uma família mineira simples e veio sozinha  para o RJ  na  década de 60.
Era complicado querer uma atividade profissional não convencional . Comecei a trabalhar no Banco do Brasil aos 14 anos, mas desejava ser  músico – e,  para minha sorte, admiti que não tinha talento algum. Quando entrei para jornalismo, rolou uma tensão  pois, seria mais bacana se estudasse Economia, Administração ou Direito. Afinal eu  já havia passado no concurso interno do BB e já tinha virado escriturário apto a crescer na "carreira".  Em 1988 fiz meu primeiro curso na Sociedade Fluminense de Fotografia  em Niterói e trabalhava no BB e em jornais no final de  semana ( O Fluminense, O Dia e O Estadão). Fiquei levando as  duas  atividades até 1998 quando decidi pedir demissão do BB.

 Eu era colaborador da Casa Cláudia, Casa e Jardim, Viver Bem, mas sempre comprava a antiga GULA - aquela fundada pelo Dias Lopes. Um dia recebi o convite de uma pessoa para fotografar alguns itens de alimentação como sorvetes e pão de queijo  aproveitando minha vivência com  fotografia e luz  por causa das revistas em que atuei. Consegui ser  recebido pelo próprio Dias Lopes em SP mostrando um monte de fotos de ambientes e três imagens de alimentos.

Dias Lopes, famoso jornalista e editor da revista GULA  gostou da minha luz e me encomendou uma matéria no recém  inaugurado Garcia e Rodrigues, com a jornalista  Danusia  Barbara  produzindo o texto. Danusia foi uma importante madrinha na minha carreira - me levou pra vários lugares, inclusive a extinta revista DESFILE da Bloch Editores. Através deles ingressei de vez na fotografia de alimentos com foco em projetos de gastronomia de qualidade, decisão muito complicada pois minha família era classe média média e ter um filho no BB era um orgulho. Músico, Fotógrafo, Ator, Artista Plástico eram definições profissionais quase proibidas na minha casa.
Para minha sorte, o BB entrou em declínio com salários cada vez piores e eu já tinha começado a fazer  revista de decoração, shows, house organs de empresas, etc e assim fui me definindo profissionalmente para a fotografia, área em que atuo até hoje.




Continuaremos na próxima postagem. Aguardem... Enquanto isso podem aproveitar e degustar imagens belíssimas em :  http://www.alexanderlandau.com.br/

Um abraço a todos !