quarta-feira, 28 de abril de 2010

As Cozinhas, o lixo e a matemática.

Bom dia amigos leitores.
Tenho visto que felizmente uma boa parcela dos responsáveis por cozinhas profissionais já se preocupam com a questão do lixo, sua geração, armazenamento e destino.
As cozinhas podem mesmo dar uma guinada nesta questão e servir de bom exemplo para como se ter um comportamento ecologicamente e socialmente correto.
Alguns  fatores vem nos ajudar a conseguir a alcançar este objetivo e começaram a parecer com mais força nos últimos dois anos.
O surgimento dos produtores de vegetais beneficiados é um deles. Noto que nos últimos dois anos vários produtores  rurais pequenos e médios, que são os grandes colaboradores na questão do fornecimento de verduras e legumes aos grandes centros consumidores, vem se aprimorando na questão de agregar valor a seus produtos, beneficiando-os. O que antes era simplesmente retirado da terra e algumas vezes  sequer higienizado, agora, além de higienizado passa a ser também processado.  Descascado, cortado e embalado de forma que venha a atender a grande maioria de cortes utilizados em cozinhas profissionais.  Custa mais caro?  Claro que sim, quando comparado ao IN NATURA, mas se fizermos as contas veremos que sai mais barato a aquisição destes produtos que a dos mesmos, in natura.
Por alguns motivos básicos, quando adquirimos os processados, eliminamos a geração de resíduos em nosso ambiente de trabalho, ou seja, não temos mais a geração de cascas e restos de vegetais, que normalmente irão para o lixo. Também temos um aproveitamento de praticamente 100% do produto comprado, o que não acontece com os que temos que processar em nosso ambiente de trabalho. Tenho observado que as perdas em média variam de 10 a 15% de tudo o que se compra.  Além ainda, de não gastarmos com o pagamento das horas trabalhadas que são usadas quando temos que processar vegetais.
Então façamos as contas e vejamos os resultados:
Economia de gastos com horas trabalhadas.
Economia com o aproveitamento de 100% do que é comprado.
Economia do tempo de sua mão de obra utilizada,  que seria gasto no processamento e que é usada para produzir mais comida.
Economia de energia que seria gasta no processamento dos mesmos vegetais.
Economia da água também gasta na higienização dos vegetais comprados In Natura, que não é pouca...
Economia de espaço, que é destinado a área de processamento.
Contribuição para com a sociedade e a ecologia, por não gerarmos mais lixo, que iria parar inicialmente na porta de seu restaurante; depois  nas calçadas espalhados pela retirada as vezes pouco cuidadosa, nos aterros sanitários e por fim como a base onde muitas casas que formam enormes comunidades são construídas por incentivo de pessoas e sistemas inescrupulosos... Sem falar que observo todas a manhãs funcionários de restaurantes lavando calçadas onde no dia anterior colocaram os sacos de lixo. Mais despesas que você não computa.
Marketing - Isto mesmo, MARKETING ! Sua empresa ainda não faz? Poderá passar a fazê-lo comunicando que é uma empresa comprometida com as questões ambientais. Isto  já vende muito nos dias de hoje e valerá mais ainda a cada dia passado. 
Uma simples folha de papel, um lápis e um pouco de tempo, nos comprova que é mais barato sob todos os aspectos a compra dos processados.
Com relação ainda ao lixo, os agricultores que processam seus vegetais, utilizam as sobras como  adubo, não vão para os locais acima citados.

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