terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Alimentos + Tecnologias" = "Qualidade + Lucros".


Olá leitores, bom dia.

Reproduzo abaixo, matéria publicada no último boletim FAPERJ, que tem ligação com o que já postei neste BLOG sobre o tema conservação e embalagens de alimentos, conforme POSTS de julho de 2009.  Assunto de grande importância na questão da conservação, manutenção da qualidade e aumento da lucratividade em nosso segmento.

 

Estudo desenvolvido pelos professores Jurandi Gonçalves de Oliveira e de seu colega, Marcelo Gomes da Silva, ambos da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf).



Amadurecimento dos frutos está relacionado à respiração celular



Pesquisa desenvolve nova tecnologia para conservar o mamão após a colheita


Débora Motta


Divulgação

Montagem em laboratório simula mamões dentro de
câmeras, onde serão testadas as atmosferas inteligentes


O Brasil é o principal produtor e exportador de mamão no mundo. Devido às suas características naturais – entre elas uma extensão territorial de 8.512.965 km² –, o país se destaca internacionalmente como grande supridor de frutas frescas e processadas, produzindo durante o ano 43 milhões de toneladas de frutas tropicais, subtropicais e de clima temperado, muitas delas só encontradas no Brasil. No entanto, um dos desafios dessa diversificada agroindústria exportadora é a conservação de frutos de alta perecibilidade. Esse é o objetivo da pesquisa do agrônomo e professor Jurandi Gonçalves de Oliveira e de seu colega, professor Marcelo Gomes da Silva, ambos da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf).

A conservação de frutos altamente perecíveis, como o mamão, requer estratégias de manejo que encarecem o custo de produção, resultando em menor competitividade dos produtores brasileiros para a comercialização em mercados mais distantes, como a União Europeia e os Estados Unidos. "O mamão mantém a qualidade de consumo apenas até 7 a 10 dias após a colheita. Existem diversas formas de armazenamento para retardar o apodrecimento, mas elas não conseguem estender muito esse tempo e a tecnologia nem sempre é barata", diz Jurandi.
As estratégias que vêm sendo utilizadas no mercado agroexportador para prolongar a conservação dos frutos levam em conta o controle da atividade respiratória e da produção do etileno. No caso dos gases envolvidos com a respiração, o O2 e o CO2 são moléculas gasosas que se difundem através dos tecidos dos mamões. "Essa difusão de gases ocorre através dos espaços intercelulares dos tecidos do fruto. Quanto mais maduro o fruto, mais líquidos das células ocupam esses espaços aéreos, diminuindo os espaços vazios e dificultando a difusão dos gases da respiração”, explica.
Divulgação

Jurandi: estudo pode aumentar a competitividade
dos exportadores brasileiros no cenário internacional


Entre as formas de conservação, está a armazenagem do mamão em câmaras de "atmosfera controlada", com concentrações fixas de oxigênio (O2) e gás carbônico (CO2). "A ideia em voga é inibir a respiração do fruto e, com isso, atrasar o amadurecimento. Quanto mais o fruto respira, mais rápido ele amadurece", conta o professor, ressalvando, porém, que o manejo com "atmosfera controlada" tem afetado a qualidade dos frutos após o retorno à atmosfera ambiente. "A concentração de gases constante nessa atmosfera leva à fermentação dos frutos, que apodrecem".

Pensando em encontrar um método para prolongar a vida útil do mamão, o pesquisador e sua equipe propõem uma inovação tecnológica: a "atmosfera inteligente". "Ao contrário da ‘atmosfera controlada’, a ‘atmosfera inteligente’ vai utilizar, sob refrigeração, concentrações de O2e CO2 variáveis, em função da resistência à passagem dos gases através da polpa do fruto", explica. "A proposta é utilizar uma característica da polpa do fruto ligada à movimentação dos gases que ocorre ao longo do processo de amadurecimento", completa Jurandi, que investiga na Uenf a concentração ideal de gases e a temperatura ideal para a conservação dos mamões por mais tempo entre a colheita e o consumo.
Os resultados da pesquisa, ainda no início, podem significar um divisor de águas no manejo de frutos altamente perecíveis. "A possibilidade de prolongar o tempo de armazenamento do mamão após a colheita representa um valioso passo para exportar o fruto via transporte marítimo, aumentando a competitividade do produto brasileiro", destaca Jurandi. "Os conhecimentos obtidos com o mamão podem ser ajustados e estendidos para outros frutos tropicais de interesse para produtores da região norte fluminense".

© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

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